A AmazoniAlerta tem orgulho de colaborar com o Mē Hoprê Catêjê, um grupo de guardiãs formado por um coletivo de mulheres Krahô dedicado à proteção de seu território ancestral, localizado na Terra Indígena Kraolândia, no estado do Tocantins, Brasil.
O coletivo Mē Hoprê Catêjê rompe com os papéis de gênero tradicionais frequentemente atribuídos às mulheres indígenas e está na linha de frente da defesa de suas terras contra invasores, como madeireiros e representantes do agronegócio. Seu trabalho envolve patrulhar o território, denunciar invasões ilegais à Funai e enfrentar diversas ameaças — desde o desmatamento e a contaminação da água por agrotóxicos até a expansão do agronegócio e as intimidações diretas de fazendeiros e invasores.
Além dos riscos físicos, as mulheres também enfrentam preconceito e críticas, sendo frequentemente estigmatizadas por deixarem seus filhos para participar das patrulhas. Ainda assim, permanecem firmes em seu compromisso com o trabalho e com a causa que defendem.
Para o povo Krahô, o território é mais do que terra — é vida, memória e futuro. Ao se posicionarem como protetoras, as mulheres do coletivo Mē Hoprê Catêjê reafirmam a força de sua cultura e demonstram que cuidar da terra é um ato de resistência. Elas se veem como guardiãs da terra, da água, das florestas e dos animais, assim como seus ancestrais. O grupo planeja capacitar mais 20 mulheres para ampliar a proteção em Kraolândia.
“A vida de uma guerreira não é fácil. Mas acordamos todos os dias com pensamentos positivos para enfrentar as adversidades”, afirma Luzia Krahô (Kruw), uma das líderes do Mē Hoprê Catêjê.